A Agência Nacional de Petróleo informou nesta sexta-feira (25) que a mancha de óleo que vazou da petroleira Chevron no mar do Campo de Frade, na Bacia de Campos, voltou a diminuir e continua se afastando do litoral, mas ainda é visível
Depois de sobrevoo realizado na quinta-feira (24), a estimativa da ANP é a de que a mancha agora tenha 3,8 km de extensão e cerca de 1 km2 de área, contra os cerca de 2 km2 observados na segunda-feira (21).
“Foi verificada nova diminuição da mancha, que continua se afastando do litoral”, informou a agência em comunicado do Grupo de Acompanhamento, formado pela ANP, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Marinha do Brasil.
Na véspera, o presidente da Chevron para a África e América Latina, Ali Moshiri, disse que a mancha já desapareceu, e que a empresa espera concluir até meados de dezembro o processo de selar e abandonar o poço no campo de Frade onde houve vazamento de óleo.
Apesar da redução, diz a ANP, “ainda é possível notar o afloramento de óleo na superfície”, afirma o comunicado.
“Como o vazamento ocorreu a grande profundidade, o óleo leva tempo considerável para chegar do fundo do mar até a superfície. Assim, outras manchas que surjam não representam, necessariamente, um novo vazamento”, avaliou a agência.
Segundo o Ibama, não foi recebida nenhuma comunicação sobre fauna afetada pelo óleo.
De acordo com a nota, a Marinha coletou amostras de óleo para analisar sua composição química. Ainda segundo o documento, o grupo “prossegue fiscalizando as medidas que vem sendo tomadas pela Chevron Brasil Petróleo Ltda. para conter o vazamento (…) e mitigar as suas consequências”.
Moshiri, que falou com jornalistas após reunião com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em Brasília, disse que o vazamento está sob controle e a mancha de óleo no mar praticamente desapareceu.
“O incidente está sob controle e a mancha já desapareceu. Estamos de volta às operações normais [para selar e abandonar o poço]” disse ele. Segundo ele, o óleo que ainda resta no mar corresponde a um décimo de barril de petróleo.
Causas desconhecidas – Moshiri disse que a empresa ainda não sabe o que causou o vazamento. Entretanto, negou que tenha havido problema de “controle” por parte da empresa. Ele afirmou ainda que a região do campo de Frade tem “uma geologia complexa” e que o acidente pode estar relacionado a isso.
“A mãe natureza é complicada”, disse o executivo. Ele afirmou que a Chevron adotou “procedimentos de primeira classe”, tanto na perfuração quanto na contenção do vazamento, e disse que a empresa avalia que a operação para estancar o poço foi bem sucedida.
Moshiri disse ainda que a Chevron respeita as leis brasileiras e que vai analisar as multas que podem ser aplicadas pelo acidente. Ele não quis responder se a empresa pode recorrer das multas.
A reunião com Lobão aconteceu a pedido de Moshiri, informou a assessoria do Ministério de Minas e Energia. Além dele, participaram do encontro o presidente da Chevron América Latina, Don Stlelling, o presidente da Chevron Brasil, George Buck, e a diretora de Desenvolvimento de Negócios da Chevron Brasil, Patricia Padol.
Moshiri disse ainda que a segurança é a “prioridade número um” da Chevron e que a filial brasileira da empresa tem um dos melhores índices de segurança. “Não fazemos concessão na área de segurança”, declarou.
Suspensão – Na quarta-feira (23) a diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu suspender as atividades de perfuração no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Rio, “até que sejam identificadas as causas e os responsáveis pelo vazamento de petróleo e restabelecidas as condições de segurança na área”.
Apenas a Chevron opera no Campo de Frade, onde no último dia 8 foi identificado vazamento em um poço de extração de petróleo. A empresa não tem atividade em outros campos. Em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta, o presidente da Chevron no
Brasil, George Buck, pediu “desculpas” aos brasileiros e ao governo pelo vazamento no Campo de Frade. Ele disse que a empresa norte-americana foi eficiente em conter o vazamento de petróleo.
Também na quarta, a diretoria da ANP rejeitou pedido da Chevron para perfurar novo poço no campo para atingir a camada pré-sal. De acordo com a agência, “a perfuração de reservatórios no pré-sal implicaria riscos de natureza idêntica aos ocorridos no poço que originou o vazamento, maiores e agravados pela maior profundidade.” (Fonte: G1)
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