Fonte: Divulgação [-] [+]
Segundo estudos da autoridade de segurança do trânsito dos Estados Unidos (NHTSA), a probabilidade que ocorra uma acidente grave com um automóvel híbrido silencioso é duas vezes maior do que com um carro com motor de combustão convencional.
É possível regulamentar ruídos de trânsito? – O número assusta até os mais fervorosos defensores da eletromobilidade na Alemanha. O governo em Berlim pretende, até 2020, colocar ao menos um milhão de carros elétricos nas ruass e estradas do país. Caso nenhuma providência seja tomada, é possível que a segurança do trânsito venha realmente a ser comprometida, afirma o professor de acústica Wolfgang Foken, da Universidade de Zwickau.
“Eu presumo que o risco de acidentes com carros elétricos certamente vai aumentar.” O engenheiro especializado em acústica de automóveis afirma, no entanto, que isso não vale para todas as situações no trânsito. “Carros elétricos são muito silenciosos principalmente na hora de dar a partida, no acionamento da marcha à ré ou para estacionar. Em todas as manobras feitas abaixo de 25 km/h o ruído é quase nenhum”, diz Foken.
Por esse motivo, associações de cegos nos EUA defendem a obrigatoriedade da emissão de ruídos, e não são poucos os fabricantes de automóveis que já trabalham no desenvolvimento de ruídos artificiais. Já disponível no mercado, o carro elétrico Leaf, da Nissan, vem equipado com um gerador de som no compartimento do motor. Da mesma forma, o Prius, veículo híbrido da Toyota, produz ruídos desenvolvidos por designers de som.
Para que as montadoras não exagerem, há até mesmo um grupo de trabalho sobre o tema nas Nações Unidas em Genebra. Os funcionários da ONU estão definindo normas que deverão ser aplicadas a todos os veículos movidos à energia elétrica – sejam eles motocicletas, automóveis, caminhões ou ônibus.O principal objetivo dos inspetores da ONU: o novo som dos carros elétricos deve ser uniforme. Ruídos artificiais incomuns poderiam antes assustar do que alertar os cegos.
Mas nem na Europa nem na Alemanha há um debate sério sobre a exigência de ruído para carros silenciosos. Para o pesquisador Pascal Teller, do Instituto Fraunhofer de Física da Construção em Stuttgart, está bem assim. “Em velocidades muito baixas deveria ser suficiente poder parar o automóvel ao ver que uma pessoa está entrando na zona de perigo”, afirma.
Teller, que testa regularmente a acústica de automóveis de combustão, híbridos e elétricos, defende a educação e a vivência prática em vez da exigência de ruído. “Motores elétricos possuem níveis sonoros de frequência relativamente alta, uma espécie de ranger e piar”, explica. Tanto deficientes visuais como pessoas com visão normal precisam primeiro reconhecer o que está por trás de um barulho estranho. “As pessoas simplesmente precisam se familiarizar com o ruído”, afirma.
Antes de tudo, diferente – Mas também Teller leva a sério as preocupações com a segurança por parte das associações de cegos. Ele mesmo já simulou situações típicas de trânsito com deficientes visuais e acompanhou pesquisas. Sua principal conclusão: elétrico significa, antes de tudo, diferente!
Foken, por outro lado, já fez dos assim chamados “carros de baixo ruído” um de seus campos de pesquisa. Ele compila ruídos desenvolvidos artificialmente e realiza experimentos sonoros. O carro elétrico do futuro deve soar bem e continuar audível, resume Foken. “Não se trata mais de tornar os carros mais silenciosos, mas conferir aos automóveis um ruído com uma determinada qualidade.” (Fonte: Folha.com)
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