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“Está claro que os dois casos são de natureza diferente”, declarou Yukio Edano, porta-voz do governo japonês.
“A quantidade radioativa que escapou (em Fukushima) é aproximadamente um décimo do que escapou em Chernobyl”, insistiu.Em outras ocasiões, a Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA) enfatizou que o acidente de Fukushima era muito diferente do de Chernobyl, principalmente no que diz respeito ao nível das emissões radioativas.
O governo japonês também destacou sua transparência sobre o acidente e os níveis de radioatividade, muito diferente, segundo Edano, do que foi feito pelas autoridades ucranianas logo após o acidente em Chernobyl.
Isso não impediu uma enxurrada de críticas sobre a resposta japonesa à tragédia, que muitos consideram lenta, nem o surgimento de uma forte oposição ao uso de energia nuclear no Japão, terceira maior economia mundial e a terceira maior potência em energia atômica, com 53 reatores, atrás apenas de Estados Unidos e França.O governo do Japão também afirmou nesta terça-feira (26) que as lições tiradas da tragédia estão ajudando na luta para controlar a situação na usina nuclear de Fukushima.
Os dois desastres atingiram o nível máximo de gravidade da Escala Internacional Nuclear e de Fatos Radiológicos (Ines) e as autoridades japonesas admitem que as lições tiradas de Chernobyl estão sendo aplicadas para enfrentar a crise em Fukushima, mas ressaltam que há diferenças notáveis entre os dois incidentes.
Conhecimento compartilhado – Edano, disse que os estudos sobre as consequências da explosão do reator quatro da central ucraniana para os habitantes da região se transformaram em um “conhecimento compartilhado” por toda a humanidade.
Segundo ele, por isso elas contribuíram indiretamente para o estabelecimento de um perímetro de segurança em torno de Fukushima, que afetou cerca de 80 mil moradores de um raio de até 20 quilômetros em torno da central e que será ampliado em meados de maio para outras cinco regiões a até 40 quilômetros da usina.
Nesta terça-feira, 25 anos após o acidente de Chernobyl, 87 ONGs fizeram uma chamada conjunta no Japão para “uma sociedade livre de energia nuclear” e anunciaram ações em todo o país para conseguir o fechamento permanente das centrais de Fukushima Daiichi e Fukushima Daini.
Também reivindicaram a suspensão do programa de reciclagem de resíduos nucleares e dos planos para a construção de novas centrais no Japão, além do fechamento dos reatores mais antigos.
Em Hiroshima, cerca de 80 pessoas, entre elas vários sobreviventes da bomba atômica lançada pelos EUA sobre a cidade em 1945, protagonizaram um ato no Parque Memorial da Paz.
Os ativistas afirmavam que a lição de Chernobyl deve ser que os acidentes podem voltar a ocorrer, porque não há nenhuma usina nuclear “perfeita”.
O Governo japonês assegurou que, após o acidente em Fukushima, revisará a segurança das usinas nucleares do país, onde a maioria carece de um sistema alternativo aos geradores de emergência que falharam na central de Fukushima Daiichi, segundo relatórios divulgados pela agência local “Kyodo”.
O tsunami de 11 de março danificou esses geradores e desencadeou a atual crise nuclear no país. Desde então, operários tentam esfriar os reatores um, dois e três, além da piscina de combustível do reator quatro.
Um de seus principais desafios é a água radioativa que inunda várias áreas da usina.
Os técnicos contam com a ajuda de robôs teleguiados que atualmente são utilizados para inspecionar essa unidade, informou a emissora de televisão “NHK”.
A operadora da central, a Tepco, afirmou que prevê devolver uma refrigeração estável aos reatores até meados de julho. (Fonte: Portal iG)
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