Aos 46 anos, Celina Araújo, uma mineira nata, mas itatibense de coração, enfrentou o que talvez tenha sido o maior desafio da vida dela até o momento: a 1ª. Ultramaratona de 450km no Brasil, a maior prova dessa categoria da América Latina, com 6 dias de duração. “A única coisa que eu tinha certeza é que não seria uma prova fácil por conta dos km que eu teria que fazer por dia. E acho que essa preocupação valeu positivamente para que eu não quebrasse psicologicamente na prova”, comenta Celina.
Com o objetivo de unir história e esporte, a Trilha dos Carijós, que passa pela Tribo Guarani, é a primeira Ultra Maratona de 450K, no Brasil. É o resgate da saga dos índios Carijós desde São José do Norte, no RS, até Cananéia, em SP. Essa Ultra Maratona foi apenas o primeiro estágio, a ideia da organização da prova é que ainda este ano os atletas sigam de Torres até Cananéia, ou seja, mais 450k. “Repetiria muitas e muitas vezes essa prova porque não costumo falar não para as coisas, principalmente para as corridas. Vou sempre tentar”, ressalta Celina.
Foram apenas 2 meses de preparo para essa trilha tão desafiadora. Celina precisou dobrar o esforço e com orientação de um nutricionista especializado, reforçar a alimentação e suplementação para aguentar cerca de 80km por dia. “A gente corria com 3 blusas, jaqueta e uma mochila com mais de 10 quilos com roupas, água e alimentos.”, conta.
Durante a prova, os atletas passaram muito frio, enfrentaram chuva e ventos que chegaram a 110km/h, por isso, nem todos dos 12 atletas (11 brasileiros e 1 uruguaio) conseguiram chegar na final. “A competividade entre os atletas existia, claro, mas ao mesmo tempo havia companheirismo nos momentos mais difíceis da prova, principalmente quando havia mudança de tempo”, lembra Celina.
E para driblar as bolhas nos pés, a dor nas pernas, canelite, assaduras e os “fantasminhas” que assombram a mente, porque são muitas horas seguidas correndo, Celina buscou manobrar os pensamentos, controlar as emoções e esquecer a dor física. “Em muitos momentos eu soltava umas gargalhadas, tinha que superar, não podia desistir.”, fala.
Celina não só conclui a prova seguindo sua estratégia como ficou em 2º. Lugar na categoria feminina. “Fiquei muito pilhada e com uma excelente auto-estima. Agora quero fazer a Prova Cassino, também no Rio Grande do Sul, que acontece no final do mês de Novembro.
Há 13 anos Celina pratica corrida, tempo suficiente para acumular experiência, lembranças e muitas medalhas, são cerca de 180. “De modo geral, as provas que mais me marcaram, além é claro desta Ultra Maratona, foram às provas de 21K na Argentina, no Chile, em Florianópolis e Rio de Janeiro. Tiveram também as de montanha: “Ubatuba Extreme”,” Mountain” em Campos do Jordão, K21Séries de Extrema/MG, KSeries Serra do Japi, e as provas de Obstáculo Bravus Race, a Ironrace. No Triathlon obtive um bom resultado na 3By1 e Challenge Floripa.”, explica com orgulho. (Fonte: Liege Soldano)
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