E esse achado, dizem os autores da pesquisa apresentada nesta semana em uma conferência no Japão, explicaria uma série de terremotos misteriosos ocorridos no Pacífico entre 1946 e 1996.
Graças a uma técnica de mapeamento 3D, Jonny Wu e a sua equipe descobriram essa camada de placas submetidas a um processo de subduccção (pelo qual a borda de uma placa desliza sob a borda da outra) há milhões de anos.
Essa camada foi encontrada abaixo do arquipélago de Tonga, no Pacífico, uma região onde são produzidos os terremotos mais profundos do planeta.
“Basicamente, 90% da atividade sísmica superprofunda (a mais de 500 km de profundidade) ocorre na área de Tonga, que é onde nós encontramos este novo bloco”, disse Wu.
Comportamento parecido – Por mais de meio século, sabe-se que os continentes deslizam sobre a superfície do planeta.
Como parte desse processo, o fundo do oceano se abre e deixa escapar magma do manto.
Mas o oposto também pode ocorrer: é quando as placas colidem causando tremores de terra, cadeias montanhosas e vulcões.
Quando convergem, as placas afundam-se no manto, dando lugar ao que é chamado de subduccção (quando a borda de uma fica abaixo da borda outra). Isso faz com que uma das duas placas seja empurrada em direção ao manto, onde continua afundando até o núcleo da terra.
As placas descobertas por Wu foram submetidas a um processo de subducção há 50 ou 60 milhões de anos, e agora são mantidos a uma profundidade de entre 440 e 660 quilômetros, na chamada zona de transição.
No entanto, em vez de afundar até o núcleo, elas se comportam de forma muito semelhante à das placas tectônicas da superfície: movem-se milhares de quilômetros horizontalmente, a uma velocidade parecida. E a energia liberada pela colisão também pode gerar terremotos.
Mistério resolvido – De acordo com os pesquisadores, o movimento dessas placas poderia explicar os misteriosos tremores de terra conhecidos como os terremotos de Vityaz, que se originaram no manto entre as ilhas Fiji e a Austrália.
Esses sismos, diz Wu, poderiam ser o resultado do deslizamento de uma placa que sofreu subducção dentro da zona de transição.
O cientista explica que os resultados da pesquisa são preliminares e ainda têm de ser submetidos a uma análise crítica por outros cientistas. (Fonte: G1)
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