Revendo as estimativas para a conclusão da revisão tarifária, o Goldman Sachs elevou o preço-alvo para as ações da Sabesp (SBSP3) de R$ 110,00 para R$ 125,00. Este movimento ocorreu após o encontro dos analistas do banco com a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo), que se reunirá com a companhia para a conclusão da revisão tarifária - a decisão será publicada no final de fevereiro.
Dos R$ 15 de elevação do target para a ação, R$ 13 correspondem ao repasse de royalties de 7,5% da cidade de São Paulo para clientes finais, o que a Arsesp afirmou que incluirá em na nota técnica final, explica o analista Felipe Mattar, que assina o relatório do banco. Os outros R$ 2 se baseiam nas estimativas macroeconômicas, como inflação, câmbio e taxas de juros. Com esta elevação, o novo potencial de valorização para os papéis é de 37,11% em relação ao fechamento de quinta-feira (24).
Para Mattar, a nota técnica final sobre a tarifa preliminar da Sabesp deve ser um importante catalisador para a ação. A expectativa é de que os royalties a serem cobrados da companhia saiam diretamente da conta de água do consumidor, além de dever se focar nas receitas regulatórias propostas, ao invés de qualquer variação percentual específica sobre as tarifas.
Lucro 63,5% maior em 2013
No geral, a regulamentação da Sabesp deve levar a um aumento de 31,2% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) e de 63,5% nos ganhos por ação em relação a 2012. A avaliação ainda é de que a ação da Sabesp esteja bastante descontada em relação aos pares do setor.
Desta forma, o Goldman espera que a implementação completa das tarifas conduzam gradualmente para a expansão dos múltiplos, devido ao menor risco regulatório.
Vale ressaltar que, na última semana, a Sabesp pediu um reajuste médio de tarifa de 13,1% à Arsesp por ocasião da segunda audiência pública sobre o tema, realizada no dia 15. Agora, a autoridade regulatória tem até o dia 8 de fevereiro para tornar público o relatório em que expressa seu posicionamento e as justificativas da decisão.
A Sabesp defende que o valor da tarifa preliminar - que pode entrar em vigor a partir de março - seja de R$ 3,3853 por metro cúbico, frente a tarifa média vigente de R$ 2,99/m³. Já na nota técnica da Arsesp, a tarifa sugerida é de R$ 2,92/m³, o que equivale a uma alta de apenas 1,94%, pois a agência parte de um cálculo diferente, que estima uma tarifa média vigente de R$ 2,87/m³.
Reajuste guiou alta das ações em 2012
As expectativas para a revisão das tarifas cobradas pela Sabesp guiaram um 2012 bastante positivo para a companhia. Os papéis SBSP3 registraram ganhos de 69% no ano, uma das maiores altas do Ibovespa no período, após a empresa afirmar que muitas das demandas da companhia seriam atendidas pela Arsesp. Ao longo do ano, o papel teve o preço-alvo revisado para cima por diversas casas de análise, entre elas a do Barclays - que elevou o target por três vezes no ano passado. (Fonte: Lara Rizério/InfoMoney)
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